domingo, 12 de agosto de 2012

Parto parte dois

Chegamos ao hospital, eu na frente nervoso mas passando tranquilidade para a esposa. Ela carregando o bebê e eu carregando todo o resto! Duas bolsas e uma mochila (todas da Natura, diga-se de passagem), parecia que íamos viajar. Fiz tudo conforme o figurino, peguei senha, esperei ser chamado na emergência e quando íamos para o consultório, vimos uma mocinha bem magrinha, com cabelinho curto e tênis "all-star", ela nos olhou e perguntou: "vc é a Agda?", na hora pensei: meu Deus essa é a médica?!?!? E era! Ela estava indo lanchar mas voltou, ainda bem.... fiquei um pouco nervoso mas logo passou.
Depois das perguntas básicas ela fez o famigerado toque, 2 cm, logo ela perguntou qual tipo de parto queríamos, fomos diretos e claros, queríamos NORMAL! Daí começou o terrorismo, "não espero mais que cinco horas, pode evoluir para uma cesária" e coisas do tipo, mas como nós já estávamos informados, continuamos firmes em nossa posição. Então ela orientou dieta zero pra minha esposa e nos encaminhou para a internação, a cada minuto o negócio fica mais sério......
No setor da internação descobrimos que não havia quarto disponível, teríamos que esperar pelo menos duas horas na enfermaria (fiquei tenso), mas é claro usei todo meu treinamento de jiu-jitsu e permaneci tranquilo controlando a respiração. Falando assim parece coisa rápida e fácil, mas fiquei empurrando minha esposa numa cadeira de rodas e carregando todas as malas nas costas por todo este percurso e quando íamos para a enfermaria percebi que estava morrendo de fome! Fica a dica: se sua esposa estiver prestes a ter bebê, tome um café da manhã reforçado! O trabalho de parto paterno também é difícil.
Na enfermaria a única parte tensa foi não saber que horas iriamos para o quarto, o resto era muito bom. Nós tínhamos combinado que só avisaríamos nossos parentes quando realmente fosse a hora, para evitar alarmes falsos. Como parecia que aquela seria a hora, decidimos começar as famosas ligações, mas só para os parentes e amigos bem próximos! No entanto, vocês sabem, cunhado só dá trabalho! O meu não poderia ser diferente, logo depois de avisarmos a ele, o esperto mandou um e-mail para 60 pessoas (não estou exagerando) informando que a Agda estava ganhando o bebê, não acreditei quando recebi o e-mail no meu celular! Daí eu pensei, agora já era! Agora minha filha tem que nascer de qualquer jeito!
Minha esposa não sabia se ficava sentada ou deitada, ainda não estava sentindo contrações mas estava impaciente, estava com soro e ocitocina para estimular o parto e a cada movimentação eu tinha que ajudá-la e também mudar as coisas de lugar, lembrem-se, ainda estávamos na enfermaria, num espaço de aproximadamente 1,5x2,5m. De tempo em tempo, vinha um enfermeiro e fazia alguma coisa no soro e verificava o estado da paciente. Só não vinha o tal padioleiro que nos levaria para o quarto e as tais das contrações! Nisso eu já estava morrendo de fome, mas não podia falar muito porque ela também estava e não podia comer nada, nem tomar água, dieta zero! Cada um tem o que merece....
Enfim as 15:45 veio o padioleiro, e então fiquei mais tranquilo, porque agora poderia acomodar as coisas no quarto e não me preocupar com elas na hora em que entrássemos para o centro cirúrgico. 
Mas é claro que nem tudo era fácil, enquanto o padioleiro empurrava a maca eu ia atrás carregando as mochilas, parecia motorista de madame em shopping... e a fome estava igual ao balanço geral: "Só subindo!!!!"


2 comentários:

  1. Hahahahaha... cada um tem o que merece?? Estou adorando esse relato.. vê se não demora pra escrever o próximo capítulo!

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  2. kauakauakauakaauakaua...como boa cunhada e con-cunhada, também participei dessa história, aguardo o próximo capítulo! kauakauakaauakaua

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