segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Parto parte três


Enfim chegamos ao quarto! Acomodamos minha esposa na cama, coloquei as coisas no devidos lugares, dei uma respirada e de repente batem à porta! Pensei: será que já é a médica? Não! Era minha cunhada.... tomei um susto, pois era a última pessoa que esperava ver naquele momento, como ela faz enfermagem pensei que talvez ela estivesse fazendo estágio, mas não, ela foi por conta do famigerado e-mail! (vide post anterior) 
Chegou esbaforida perguntando pelo bebê, achava que já havia nascido, mas, como vcs já sabem, até ela tinha chegado menos as contrações!
Aliás, logo após este fato minha esposa teve a primeira! Bem de leve... Mas meu coração já foi a mil! Então chegaram as enfermeiras e pela primeira vez tive que ajudar com o equipamento, uma tal de bomba. Elas eram aprendizes, não fiquei incomodado com isso, afinal todo mundo tem que ter uma primeira chance.
Como minha cunhada já estava lá mesmo decidi explorá-la. Ela então ficou responsável pelo lanche, só o meu é claro. Minha esposa estava na dieta zero! Logo a enfermeira nos chamou para um exame chamado cardiotoco, a esta altura as contrações estavam aumentando, minha ansiedade tbm.
O exame era simples, a enfermeira tinha que monitorar os batimentos cardíacos do bebê e verificar se ele se mexia dentro da barriga. A médica havia dito que quanto maior a variabilidade do gráfico de batimentos melhor seria a condição para o parto normal, caso não houvesse variação teríamos que fazer uma cesariana.
Só que apenas um detalhe atrapalhava o exame, minha esposa parecia uma minhoca no sol de tanta contração, tava se remexendo mais que o bichinho do Madagascar, pior que que no filme Alien. Ela não estava conseguindo fazer o exame, o pior é que ela precisava apertar um botão toda vez que sentisse o bebê se mexer, mas como diferenciar as mexidas das contrações? Neste momento ela fraquejou e falou baixinho pra mim: vamos fazer cesária? e eu como um marido compreensivo que sou respondi: Agora vai ser normal!!!! (Já chegamos até aqui) mas com muita força ela suportou todo o procedimento. 
No entanto, mais uma vez, as enfermeiras não estavam muito familiarizadas com o equipamento. Havia um tal botão que deveria ser apertado sempre que uma buzina, que estimulava o bebê a se mexer na base do susto, fosse acionada. A questão é que essa buzina não estava funcionado, ou pelo menos as moças não estavam fazendo funcionar, o que mais tarde descobrimos ser verdade, pois pela segunda vez ajudei com o equipamento. Pedi a buzina e fiz aquele troço funcionar, minha esposa não ia sofrer uma cirurgia por conta de uma maquina que não funcionava.
Foi durante este exame que quase fiquei igual ao Lula, estava lá como todo bom marido, segurando a mão da esposa, quando de repente meu instinto aranha me alertou a cerca de um iminente perigo. Minha mão estava em rota de colisão com os dentes da Agda, num movimento digno do Flash salvei meus queridos dedos de uma senhora dentada! Em menos de um segundo coloquei um lençol dobrado na boca da minha esposa. "minha mão não, morde isso aí!"
Enfim, o exame não estava indo bem para nós, o gráfico estava sem oscilação, quando percebi que quando eu mexia nos captadores uma variação aparecia no monitor, não pensei duas vezes, sem a enfermeira perceber, comecei a encostar "sem querer" nos captadores. Resultado, a médica analisou o exame e decidiu que o parto poderia ser normal. Voltamos para o quarto e graças a Deus meu lanche já estava lá, comi bem rápido, mas na verdade, continuei com muita fome!

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